Ilustração: Beto Soares |
Entre as principais vitórias e ganhos da categoria, o presidente da Anamt (Associação Nacional de Medicina do Trabalho), Carlos Campos, destaca maior valorização e integração da profissão junto à sociedade. "Tivemos vários ganhos com a melhoria dos conhecimentos da categoria e a sua utilização na gestão das questões relacionadas à saúde, segurança, qualidade de vida no trabalho e também uma relação mais sustentável com o meio ambiente e a sociedade", ressalta.
Em busca de qualidade na formação, a Anamt divulgou recentemente critérios para a realização de cursos de especialização (clique aqui e confira). A associação reconhece que a formação é essencial para os profissionais da saúde, e que os especialistas em Medicina do Trabalho devem adquirir suas competências por meio de cursos qualificados.
Segundo o médico do Trabalho e professor da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), Satoshi Kitamura, sempre há necessidade de melhorar a formação, e um bom profissional é uma junção de estudo e amor à profissão. "É necessário o conhecimento atualizado associado ao amor pelo próximo. Só assim se coroa o ideal de médico do Trabalho", afirma.
História
Quatro de outubro é a data do nascimento do médico italiano Bernardino Ramazzini, considerado o pai da Medicina do Trabalho pela contribuição do livro "As Doenças dos Trabalhadores", publicado em 1700. Kitamura ressalta que, embora o título seja atribuído a Ramazzini, as primeiras publicações que relacionam o trabalho e a doença apareceram no século XVI com Georg Bauer (1556) e Paracelsus (1567). Segundo ele, a notoriedade de Ramazzini se deve ao fato de ter chamado a atenção para a necessidade de os médicos conhecerem a ocupação de seus pacientes.
No Brasil, a história começa em 1921, com a criação da Inspeção do Trabalho, no Rio de Janeiro. Em 1968, foi fundada a Anamt, mas a profissão foi reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) somente em 2003, por meio da resolução CFM 1.643.
Kitamura lembra que, no Brasil, assim como ocorreu em outros países, a imposição legal foi a força determinante para a implantação da prática da profissão. "Até 1972, a Medicina do Trabalho, assim como a Segurança do Trabalho, era praticada em algumas empresas de forma voluntária ou por imposição de suas matrizes estrangeiras. A partir daquele ano, a adesão tornou-se obrigatória, embora de forma muito irregular", explica o especialista.
Atuação
A Medicina do Trabalho tem como campo preferencial a atuação nas empresas (SESMT e PCMSO), na fiscalização das condições de Saúde e Segurança do Trabalho (MTE), na rede pública de saúde, na docência e na consultoria privada em SST. O médico do Trabalho também pode trabalhar na assessoria sindical em saúde do trabalhador, nas organizações de trabalhadores e de empregadores, na Perícia Médica da Previdência Social, junto ao Sistema Judiciário como perito judicial em processos trabalhistas e na atividade de investigação no campo das relações entre saúde e trabalho.
Para o presidente da Anamt, a categoria vem aprimorando sua atuação em vários segmentos de atividade econômica do país, mas ainda há dificuldades. "Infelizmente, ainda persiste o entendimento da maioria das empresas em nosso país de que investir/gastar em saúde do trabalhador é somente por uma necessidade legal", disse.
Segundo ele, os médicos do Trabalho terão função importante no auxílio às práticas de políticas de atenção à SST e meio ambiente dentro das empresas nos próximos 10 anos. "Eles terão um papel preponderante e referencial como exemplo a todos que não aderirem ao processo de promoção da saúde e qualidade de vida dos trabalhadores", conclui Campos.
1 comentários:
Sem o médico do trabalho a segurança do trabalho não existiria, por isso nada mais justo do que comemorar esse dia tão especial, e agradecer a existência desses grandes parceiros os Médicos do Trabalho! Um abraço a todos vocês!
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