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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Cresce o número de acidentes com morte na construção civil

Segundo o Ministério do Trabalho, 376 pessoas morreram no ano passado em acidentes na construção civil. Em Salvador, na Bahia, a polícia investiga o que provocou a queda de um elevador em um prédio em construção. Nove operários morreram.


Uma pergunta circula pelos canteiros de obra de todo o Brasil: falta segurança ou sobra displicência? O número de acidentes com morte na construção civil é muito grande. São centenas de mortos todos os anos. A construção civil cresceu muito, e o número de obras aumentou bastante. Pelos canteiros, o que mais se vê é o descuido com a segurança.

Em Sorocaba, no interior de São Paulo é um barulhão que qualquer um ouve de longe. O recomendável para o ouvido humano é até 85 decibéis. A britadeira atinge 110 decibéis.

"Tenho medo de ficar surdo. Ele foi buscar para mim lá em cima. Se parar o trabalho, vai atrasar um pouco mais o serviço", conta um operário. O operador do equipamento usa protetor nos ouvidos, mas não nos olhos. "Isso aqui é uma coisa rápida", diz outro operário.

Essa falta de cuidado com a vida vai refletir diretamente nas estatísticas. As mortes no setor da construção civil têm aumentado bastante. Trabalhar em grande altura sem nenhum equipamento de segurança obrigatório, como capacete, luvas e cinto, é se expor demais ao perigo. Segundo o Ministério do Trabalho, 376 pessoas morreram no ano passado em acidentes na construção civil.

Em Salvador, na Bahia, a polícia investiga o que provocou a queda de um elevador em um prédio em construção. Nove operários morreram. Eles despencaram de uma altura de 80 metros. A construção foi embargada por tempo indeterminado pelo Ministério do Trabalho. Só será reaberta quando a empresa cumprir as exigências dos técnicos para dar mais segurança aos trabalhadores.

Em Parnamirim, região metropolitana de Natal, Lenilson da Silva, 21, morreu depois de cair de um prédio. Ele tentava passar do elevador para o bloco ao lado quando despencou do nono andar. Em São Luiz, no Maranhão, os cabos de aço do elevador de uma obra se romperam na semana passada. Um trabalhador morreu e seis ficaram feridos.

Em Sorocaba, interior de São Paulo, dois homens morreram soterrados quando abriam uma vala. Um dos problemas é que cresce a quantidade de novos empreendimentos, mas a fiscalização não acompanha o mesmo ritmo.

"O número de fiscais por canteiro de obras ou por empresas é muito pequeno em relação ao que era há 15 ou 20 anos atrás", diz o auditor do Ministério da Fazenda, Antonio do Nascimento.

Além de ter poucos fiscais, falta a conscientização de patrões e empregados. Em uma construção, o encarregado só se lembrou de distribuir os capacetes quando percebeu que os trabalhadores estavam sendo filmados.

"A parte da empresa não é só fornecer o equipamento de segurança. A empresa precisa fornecer o equipamento de segurança e também ter um profissional para treinar esse pessoal do uso correto desse equipamento de segurança. A partir do momento que ela cumprir com a parte dela, eu tenho certeza de que os acidentes diminuirão muito", diz João Donizetti Martins, do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Sorocaba.

O Ministério do Trabalho informou que tem três mil fiscais em todo o Brasil e que não há previsão para um novo concurso este ano.

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